A poesia é uma das expressões artísticas mais antigas e ricas da cultura humana, e em Portugal, a tradição poética remonta ao século XII, com os trovadores e o nascimento do amor cortês. Ao longo dos séculos, poetas portugueses exploraram diferentes temas, técnicas e estilos, mas uma característica comum é a musicalidade e a habilidade de rimar palavras.

A palavra favorito é um tema recorrente na poesia portuguesa, seja referindo-se a um amor, uma pessoa querida, um lugar especial ou um objeto estimado. As rimas que a palavra favorito sugere são inúmeras, e a seguir, selecionamos alguns exemplos das principais épocas e movimentos literários portugueses.

No trovadorismo, a poesia lírica era fundamentalmente amorosa, e os trovadores celebravam a beleza e elegância das damas, o cavaleirismo e a coragem dos homens. Um dos mais famosos trovadores portugueses foi D. Dinis, que além de rei, era poeta e amante das letras. Em sua obra poética, a palavra favorito não é habitual, mas podemos encontrar rimas com palavras relacionadas, como amor e servir, como no trecho:

Morto é Amor e seu poder cativo;

Serve aquele que negar-lhe o servo;

E o demoio se esvai, e o dom glorioso,

E a razão do serviço amoroso.

Já no Classicismo, movimento literário do Renascimento, a poesia era influenciada pela estética greco-latina e explorava temas filosóficos, mitológicos e religiosos. Camões, o grande nome da poesia clássica portuguesa, rimou a palavra favorito com rito e cosmográfico no soneto O Pensamento humano vã filosofia:

Que poderei esperar, que tenda ou prado,

Campo ou monte, ou mundos, a que aspire?

Que mais que a dor maior, que o mal mais grave,

Seja favor, que o tempo leva e traz?

Ó pensamento humano, vã filosofia,

Que tanto sabe a pena quanto o ensina!

Que preceitos tem dados a Fortuna,

Para mostra que tem favor cosmográfico.

No Romantismo, a poesia resgatou a emotividade e a subjetividade, valorizando o amor, a natureza e o passado histórico de Portugal. Almeida Garrett, poeta romântico, usou a palavra favorito em sua obra Camões, em que homenageia o grande poeta clássico português:

Vêde-o aí, que vem tarde, mas que vem;

Vêde-o chegar, o escritor soberano,

Doce poeta, a quem inspirassem os céus,

E que, como varão, melhor que vate,

No pano e na medalha imortal deixou

Da Pátria e da desgraça memoráveis.

Seus livros são teus filhos, ó meu povo,

E por onde quer que vás, levá-los deves,

Como ao jogador, leva o favorito.

No Simbolismo, movimento literário que enfatizava a subjetividade e o misticismo, poetas como Fernando Pessoa e Almada Negreiros expandiram os horizontes da poesia portuguesa, criando múltiplos heterônimos e abrindo espaço para a experimentação formal. A palavra favorito não aparece com frequência, mas a sonoridade das rimas é sempre um elemento presente, como neste poema de Mário de Sá-Carneiro:

Que plágio quererias

Que eu fizesse, meu caro 'Lesbia'

A estas lágrimas aqui,

A esta dor desesperada?

A morte é o meu favorito

E mo pediu o meu desejo.

Em suma, as rimas com favorito são apenas uma pequena amostra da riqueza da poesia portuguesa, que ao longo dos séculos tem encantado e inspirado leitores de todo o mundo. Seja através da musicalidade, da beleza das imagens ou da profundidade dos sentimentos, a poesia é uma forma de arte que transcende o tempo e o espaço, e que sempre terá um lugar especial nos corações dos amantes da literatura e da cultura.